19 de Março - A perda da glória (I Sm 4-6)


O livro de Samuel vem mostrando a situação desprezível dos sacerdotes e o começo do final da família de Eli o sumo sacerdote da época. Josefo nos diz que Eli foi o primeiro da linhagem de Itamar que assumiu o cargo de sumo sacerdote que durou até o reinado de Salomão onde voltou para a família de Eleazar. A morte de Eli fora provocada pela perda da Arca da Aliança pelos filisteus e ficou posta no templo de Dagom na cidade de Gate. Josefo nos apresenta um ponto de vista interessante a respeito da arca da Aliança no templo de Dagom. Os relatos nos mostram que todos os dias ao entrar no templo os sacerdotes viam a estátua caída ao chão dando, o parecer de que ela estava prostrada diante da arca. Assim, a gloria e a presença da arca fazia com que mesmo uma estatua de um deus falso rende-se aos pés do verdadeiro Deus. As cinco cidades da Filístia são as únicas que os israelitas não destruíram quando conquistou a terra, assim os tornando inimigos por longo tempo terminando apenas no reinado de Davi com a derrota de todo o exercito filisteu e dos cinco gigantes que tornava o exercito temido. As batalhas eram travadas nos campos e nas planícies o costume dos povos antes de saírem para guerrear era fazer suas orações aos seus deuses para que eles dessem a vitoria sobre seus adversários.
Era comum no passado Israel fazer uso da arca da Aliança como demonstração ou arma de guerra (Nm 31.6 / Js 6.6) ao levarem a arca para o campo eles estavam dizendo ao exercito adversário que a batalha seria contra o seu Deus e não contra o seu exercito. O grito de jubilo no arraial israelita faz com os seus inimigos se assunta ao saber que o deus (representado pela arca) estava naquele lugar e combateria contra eles. O exercito de Israel esquecera uma pequena e importante lição. Segundo Eugene Merrill, nos escritos históricos a arca só poderia ser usada como arma de guerra se o povo estivesse movido pela fé em Deus e que obedecessem todos os seus estatutos. Não se tem outra noticia alem de Js 6.6 que ela tenha sido usada como arma de guerra para enfrentar os seus inimigos. Israel cometera duas falhas graves perante o Senhor: 1 – Os sacerdotes estavam impuros e isso anulava toda ação das ofertas prestadas ao Senhor tornando assim, uma simples e ineficiente arca de ouro no campo de batalha; 2 – O descaso com a arca, os israelitas estavam agindo da mesma forma que os pagãos agiam com os seus deuses. Seus corações estavam distante dos mandamentos de Deus, todos os seus rituais, não passavam de vãos costumes de adoração sem importância. A arca para os israelitas perdera o seu valor e significado (Lv 16).

Ao levar a arca para a sua terra os filisteus acharam que eles tinham derrotado os deuses dos israelitas, já que era o costume de achar que todo deus tinha uma representação em forma física (não muito diferente dos dias de hoje). Ao levar para sua terra Deus os julgou severamente com doenças o que forçou a todos os príncipes devolverem a arca para a terra de Israel. A perda da arca para os filisteus era de grande prejuízo espiritual e civil para Israel, através da arca era ministrado anualmente o sacrifício de perdão pelo pecado do povo. Ela dava o direito à casta sacerdotal de ter o domínio sobre o povo e julgar corretamente o povo. Hofni e Fineias não faziam caso dos julgamentos retos por causa de suas ações não meio da batalha Deus os julgou e acharam-se culpado de morte para com o Deus Vivo. A prostituição espiritual estava tão grande que mesmo sabendo que a arca estava em terras israelitas nenhum sacerdote faz questão de levar ela para o lugar que era dela por direito ficando em Bete-Semes saindo dela apenas no reinado de Davi (II Sm 6). Outro fator que deixa mais claro o descaso e os moradores da cidade olharem para o que estava dentro da arca o que provocou a morte de cinqüenta mil homens  (I Sm 6.18-20), deixando assim na casa de Abinadabe.

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