A última obra a ser feita para por ordem no arraial foi sem dúvida as duas trombetas, que ficavam a disposição dos sacerdotes que tinham funções bem definidas no acampamento (Nm 10.1-10) eram elas: 1 – Convocação de saída (Nm 10.1), reunião dos príncipes (Nm 10.2,4), Saída dos exércitos (Nm 10.5), Santa convocação (Nm 10.4) e toque em tempo de guerra (Nm 10.9). A função das trombetas era de simplificar o momento das saídas do arraial já que não se tinha um tempo determinado com antecedência para as suas reuniões. John Owens coloca em discussão a existência de apenas duas trombetas para ser escutada por mais de 600 mil homens em todo o acampamento ao mesmo tempo, já que os relatos bíblicos não nos dão uma informação precisa de como o povo ouviria as trombetas serem tocadas. Champlin acredita que as trombetas eram tocadas conforme a ordem da saída das tribos assim, avisando a todos sobre o momento de se prepararem para a sua partida no deserto. A mesma linha de Champlin e defendida por Josefo o qual nos apresenta quatro ordens o mesmo toque sobre todo o acampamento primeiro para o exercito de Judá e seguia a ordem dos exércitos estipulados por Deus para a ordem de marcha. As trombetas era retas parecidas com flautas possuindo apenas dois furos e os israelitas a chamavam de “asofra” e possui quase um metro de comprimento.
Todos
os preparativos para a marcha do povo de Israel estavam decididos e todos
sabiam como deveriam se comportar no acampamento. Após quase um ano na
península do Sinai o povo parte em direção ao seu lar definitivo ninguém
imaginava que por causa de seus erros esse pequeno percurso levaria mais 39
anos para viverem no meio do deserto. Apesar de ter sido avisado por Deus que
eles tinham passado muito tempo no Monte Sinai (Dt 1.6,7), a saída do povo do
lugar só era iniciada quando a nuvem que estava sobre o tabernáculo se erguia
(Nm 10.11) e ela só saia do lugar quando o povo estava preparado para partir
juntamente com ela. Todos os acampamentos e o período em que o povo passou em
cada local não eram determinados por Moisés como alguns estudiosos afirmam,
mas, eles estavam sobre o comando de Deus que os guiava o tempo todo.
1
– Murmurações.
O
povo israelita já tinha provado que eram um povo de dura servil e que eles iriam
provocar sérios problemas para a vida de Moisés. Dias após a saída em frente ao
Mar Vermelho eles já tinham dados os primeiros sinais que ao primeiro motivo de
provação iriam querer voltar para o Egito e serem escravos (Ex
14.10-12). Assim, também seria com a falta de água e de alimento no
deserto a murmuração contra Deus seriam freqüentes na vida do arraial. O povo
tinha água e alimento, mas depender do maná como a sua fonte principal de
alimento o povo não suportava mais os levando, assim, a revolta contra Moisés.
Josefo nos acrescenta que mesmo com as palavras de Moisés que Deus iria prover
comida para eles serem fartos no deserto nada fazia com que eles esquecessem as
comidas saborosas do Egito (Nm 10.4-6) e logo em seguida vemos o
que era o Maná dado a eles no deserto (Nm 10.7-9). As murmurações do povo
fizeram Moisés a pedir socorro a Deus, o qual também achou que Ele era culpado
por todo sofrimento daquele povo em pleno deserto (Nm 11.10-15). Matthew
Henry vem nos acrescentar um pequena mas, valiosa informação que desde o caso
do bezerro de ouro o povo demonstrava sinais de verdadeiro entendimento e de
compreensão as leis dadas por Deus bastando apenas uma curta caminha de três
dias para começar a reclamar da longa jornada que iriam enfrentar no deserto. A
falta de carne posta no capítulo não nos dá idéia se eles tinham a devida
provisão de carne no monte Sinai, apesar de ter estudiosos que defendam que o
mesmo fato que aconteceu no capítulo onze ocorria durante todo o período do
Sinai.
As
murmurações do povo todo para com Moisés os levaram a desistir e ter sérios problemas
com a sua liderança, pois, se julgou incapaz de conduzir todo o povo sozinho.
Ao ser estipulados os setenta anciões no meio do povo que seriam capacitados
por Deus com o seu Espírito dividiriam a carga toda com Moisés para aliviar o
peso da responsabilidade. Lawrence Richards nos apresenta três tipos de
rejeição que o povo cometeu em Tabera: 1 –
rejeição a direção divina (Nm 11.1-3) com os dias de caminhada
e sendo guiado pela nuvem o povo colocou em dúvida sobre a direção que Deus
estava conduzindo o seu povo o que chegou aos ouvidos do Senhor (v1);
2 - rejeição a providência divina (Nm 11.4-35) Deus nunca tinha
deixado faltar nada para o seu povo o maná que é nos explicado o que ele era em
Nm 11.6-9 e nunca havia faltado desde o dia em que Deus fez descer no deserto.
O pedido por carne demonstrava a insatisfação do povo com o alimento enviado
por Deus e 3 – A rejeição do escolhido de
Deus (Nm 12) apesar dos graves
problemas que Moisés enfrentava constantemente as murmurações de Arão e Miriã
para com o seu irmão, eu creio que tenha sido o pior dos ataques que ele
enfrentara durante toda a sua vida, o qual Miriã foi punida com lepra por falar
mal do escolhido de Deus (Nm 12.9-10).
As
murmurações não parariam apenas com esses simples casos, mas, elas os levariam
a passar por um longo período de punição no meio do deserto por não acreditarem
na providência divina. A respeito das codornizes já foram comentadas no estudo dos capítulos de Ex 15-18. clique aqui para ler sobre as cordonizes.
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