11 de Fevereiro - Murmurações no deserto (Nm 10-12)


        A última obra a ser feita para por ordem no arraial foi sem dúvida as duas trombetas, que ficavam a disposição dos sacerdotes que tinham funções bem definidas no acampamento (Nm 10.1-10) eram elas: 1 – Convocação de saída (Nm 10.1), reunião dos príncipes (Nm 10.2,4), Saída dos exércitos (Nm 10.5), Santa convocação (Nm 10.4) e toque em tempo de guerra (Nm 10.9). A função das trombetas era de simplificar o momento das saídas do arraial já que não se tinha um tempo determinado com antecedência para as suas reuniões. John Owens coloca em discussão a existência de apenas duas trombetas para ser escutada por mais de 600 mil homens em todo o acampamento ao mesmo tempo, já que os relatos bíblicos não nos dão uma informação precisa de como o povo ouviria as trombetas serem tocadas. Champlin acredita que as trombetas eram tocadas conforme a ordem da saída das tribos assim, avisando a todos sobre o momento de se prepararem para a sua partida no deserto. A mesma linha de Champlin e defendida por Josefo o qual nos apresenta quatro ordens o mesmo toque sobre todo o acampamento primeiro para o exercito de Judá e seguia a ordem dos exércitos estipulados por Deus para a ordem de marcha. As trombetas era retas parecidas com flautas possuindo apenas dois furos e os israelitas a chamavam de “asofra” e possui quase um metro de comprimento.
Todos os preparativos para a marcha do povo de Israel estavam decididos e todos sabiam como deveriam se comportar no acampamento. Após quase um ano na península do Sinai o povo parte em direção ao seu lar definitivo ninguém imaginava que por causa de seus erros esse pequeno percurso levaria mais 39 anos para viverem no meio do deserto. Apesar de ter sido avisado por Deus que eles tinham passado muito tempo no Monte Sinai (Dt 1.6,7), a saída do povo do lugar só era iniciada quando a nuvem que estava sobre o tabernáculo se erguia (Nm 10.11) e ela só saia do lugar quando o povo estava preparado para partir juntamente com ela. Todos os acampamentos e o período em que o povo passou em cada local não eram determinados por Moisés como alguns estudiosos afirmam, mas, eles estavam sobre o comando de Deus que os guiava o tempo todo.

1 – Murmurações.

O povo israelita já tinha provado que eram um povo de dura servil e que eles iriam provocar sérios problemas para a vida de Moisés. Dias após a saída em frente ao Mar Vermelho eles já tinham dados os primeiros sinais que ao primeiro motivo de provação iriam querer voltar para o Egito e serem escravos (Ex 14.10-12). Assim, também seria com a falta de água e de alimento no deserto a murmuração contra Deus seriam freqüentes na vida do arraial. O povo tinha água e alimento, mas depender do maná como a sua fonte principal de alimento o povo não suportava mais os levando, assim, a revolta contra Moisés. Josefo nos acrescenta que mesmo com as palavras de Moisés que Deus iria prover comida para eles serem fartos no deserto nada fazia com que eles esquecessem as comidas saborosas do Egito (Nm 10.4-6) e logo em seguida vemos o que era o Maná dado a eles no deserto (Nm 10.7-9). As murmurações do povo fizeram Moisés a pedir socorro a Deus, o qual também achou que Ele era culpado por todo sofrimento daquele povo em pleno deserto (Nm 11.10-15). Matthew Henry vem nos acrescentar um pequena mas, valiosa informação que desde o caso do bezerro de ouro o povo demonstrava sinais de verdadeiro entendimento e de compreensão as leis dadas por Deus bastando apenas uma curta caminha de três dias para começar a reclamar da longa jornada que iriam enfrentar no deserto. A falta de carne posta no capítulo não nos dá idéia se eles tinham a devida provisão de carne no monte Sinai, apesar de ter estudiosos que defendam que o mesmo fato que aconteceu no capítulo onze ocorria durante todo o período do Sinai.
As murmurações do povo todo para com Moisés os levaram a desistir e ter sérios problemas com a sua liderança, pois, se julgou incapaz de conduzir todo o povo sozinho. Ao ser estipulados os setenta anciões no meio do povo que seriam capacitados por Deus com o seu Espírito dividiriam a carga toda com Moisés para aliviar o peso da responsabilidade. Lawrence Richards nos apresenta três tipos de rejeição que o povo cometeu em Tabera: 1 – rejeição a direção divina (Nm 11.1-3) com os dias de caminhada e sendo guiado pela nuvem o povo colocou em dúvida sobre a direção que Deus estava conduzindo o seu povo o que chegou aos ouvidos do Senhor (v1); 2 - rejeição a providência divina (Nm 11.4-35) Deus nunca tinha deixado faltar nada para o seu povo o maná que é nos explicado o que ele era em Nm 11.6-9 e nunca havia faltado desde o dia em que Deus fez descer no deserto. O pedido por carne demonstrava a insatisfação do povo com o alimento enviado por Deus e 3 – A rejeição do escolhido de Deus (Nm 12) apesar dos graves problemas que Moisés enfrentava constantemente as murmurações de Arão e Miriã para com o seu irmão, eu creio que tenha sido o pior dos ataques que ele enfrentara durante toda a sua vida, o qual Miriã foi punida com lepra por falar mal do escolhido de Deus (Nm 12.9-10).
As murmurações não parariam apenas com esses simples casos, mas, elas os levariam a passar por um longo período de punição no meio do deserto por não acreditarem na providência divina. A respeito das codornizes já foram comentadas no estudo dos capítulos de Ex 15-18. clique aqui para ler sobre as cordonizes.

Comentários