16 de Março - guerra civil (Jz 19-21)

E triste ver a situação do povo em seu completo declínio espiritual e moral. Ao lermos pela primeira vez a bíblia desde o começo acompanhando todas as histórias passo a passo. Pensamos que esse povo finalmente vai encontrar uma forma de obedecer a Deus e seguir firmemente nos seus caminhos. Os três últimos capítulos contam uma história que podemos comparar com dois outros fatos ocorridos antes deles acontecerem. Esse relato está evidentemente comprovado que ocorreu no tempo de Finéias, filho de Eleazar o sumo sacerdote (Jz 20.28). Os atos desprezíveis dos povos pagãos tomaram conta rapidamente dos filhos de Israel fazendo-os levar a depravação total em pouco tempo.
No capitulo dezenove lemos a historia de um casal que brigou e a mulher, concubina de um levita, foi para a casa de seu pai e seu esposo vai para buscá-la novamente. Dentro desse contexto podemos ver claramente algumas tradições antigas e analisá-las: 1 – O medo de devolver o dote. Era comum entre os povos antigos o pagamento de dote para se ter a mão de uma mulher no oriente médio, assim, com a quebra do acordo matrimonial o noivo podia pedir novamente o dote para o pai da moça. 2 – O medo de ser mal-visto entre os seus. A devolução de uma mulher que era dada a esposa era tido como vergonhoso para toda a família, pois, os outros não achariam dignos de se fazer nenhum tipo de negocio. Ao pai da mulher era mais fácil que os dois voltassem a se entender novamente do que a sua filha ser devolvida para o seio de sua família. Com o passar dos dias da reconciliação os dois precisavam voltar para a sua cidade, onde o levita tinha suas obrigações para o serviço ministerial e compromisso com a sua família.
O outro costume dos povos que podemos notar ainda dentro desse capitulo é a tradição dos povos de acolher um estrangeiro dentro de sua casa. Lawrence diz que os dois devem ter saído da casa do sogro do levita por volta das três horas da tarde assim, limitando o alcance de sua viagem e tendo que habitar em cidades circunvizinhas. O texto bíblico nos mostra duas cidades Jebus (Jerusalém), que na época não pertencia aos filhos de Israel e Gibeá da tribo de Benjamim. A escolha para o levita é obvia passar a noite em Gibeá do que em terra estrangeira, com certeza ele estaria mais seguro com os seus irmãos que o trataria bem e seria receptível com ele. E nesse ponto que o pior pode acontecer um senhor idoso o chama para dentro de sua casa e os seus irmãos, filhos de Benjamim, os cercam para querer ter relações sexuais com o levita e com sua esposa. É nesse momento que vemos que os atos de Sodoma ainda estavam presentes de alguma forma na humanidade mesmo, após a sua destruição. Champlin nos diz que o senhor idoso ao defender a vida do levita estava colocando toda a responsabilidade de se ter um hospede em sua casa em suas próprias mãos. Os costumes dos povos quando se tinha um hospede, eles eram responsáveis pelo alimento, local para dormir e segurança de seu hospede dentro de sua casa. Em Jz 19.22 mostra que o interesse dos benjamitas estava querendo o levita para ter atos homossexuais e não em sua concubina. Segundo a lei mosaica todos os homossexuais eram para serem mortos pelos seus próprios irmãos limpando assim, a terra da maldição que viria da parte do Senhor.
A força do idoso eframita seria nula diante de todos os da cidade que forçariam e mataria ele para ter o levita para realizar os seus desejos sexuais. Ao dar a concubina do levita e a sua filha virgem (Jz 19.24) ele também comete um erro muito grande para com ele. Ela também estava sobre a sua proteção pois, a acolheu em sua casa para  proteger de toda a maldade dos benjamitas de Gibeá. Champlin faz a comparação do eframita com Ló que ofereceu suas filhas para que o povo não fizesse mal aos anjos em sua casa (Gn 19.8).

1 – Guerra civil.

Essa ação do eframita teve serias conseqüências para toda uma tribo de Israel com a morte da concubina do levita ele espalha o seu corpo para todas as outras tribos que se reúnem para decretar guerra para os filhos de Benjamim. A situação era simples de ser resolvida entregava todos os envolvidos para que eles fossem mortos e assim tirava o mal da terra e eles estariam sempre diante do Senhor e viveriam naquela terra. A recusa para entregar os filhos de Belial que moravam em Gibea decretou a guerra civil no meio de Israel. Isso nos leva a segunda comparação entre textos sagrados. Em Js 22 vemos todo o povo disposto a fazer guerra para que o povo cumprisse as leis de Deus. Os filhos de Benjamim estavam junto de seus irmãos para a luta contra as duas tribos e meia da transjordânia. Eles estavam dispostos a dividirem com as outras duas tribos e meia a sua herança na terra. Mas, agora não queriam entregar seus irmãos para sofrerem o castigo segundo a lei. Adam Clark acha que o ato de Não entregar os moradores de Gibeá, eles também concordavam com aquelas atitudes ou até mesmo eram praticantes das ações que eram realizadas em Gibeá.

A destruição de quase toda a tribo de Benjamim provocou um ato de justiça divina e um grande arrependimento e comoção geral, pois, uma tribo fora quase toda destruída provocando assim, uma rachadura muito grande no meio de Israel. E nesse contexto que termina o livro de Juízes onde lemos sobre a vida de declínio espiritual e moral em todo o Israel.

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