20 de Fevereiro - Deuteronômio (Dt 1-3)


O livro de Deuteronômio vem fechar o primeiro bloco do Velho Testamento, o chamado Pentateuco. O livro é um relato de três discursos feitos por Moisés nos seus últimos dias de vida no acampamento, eles têm a finalidade de lembrar ao povo toda a sua trajetória e a sua vida no deserto. O intuito do livro e de lembranças e colocar para a nova geração tudo aquilo que seus pais viveram no deserto, John Watts vem acrescentar que o livro é a final da vida ministerial de Moisés e o começo da vida de Israel como nação e todos os preparativos e nos mostra dois pontos significativos: história e instituição.
Podemos considerar o livro de Deuteronômio como sendo um resumo dos livros de Êxodo, Levítico e Números, os quais partes importantes deles estão dentro de seus trinta e quatro capítulos que finalizam com a morte de Moisés e a posse de Josué, como líder do povo. O livro também é um dos mais utilizados nas palavras de Jesus dentro dos evangelhos somente em Mt 4.4-12 é usado três versículos contidos em Deuteronômio demonstrando assim, a grande importância histórica e cultural do livro.
Os primeiros três capítulos vêm contar a trajetória do povo de Horebe a Padã e contém sete histórias dentro de seus relatos com o intuito real de adverti-los e levar instrução para todos os novos israelitas que não vivenciaram aquela época da história. Matthew Henry vem nos acrescentar que apesar de estarem nas campinas do Jordão pronto para entrarem e possuírem a terra prometida à preocupação de Moisés e Deus é o simples fato de relembrar o pacto estabelecido e que à permanência e a conquista da terra iria depender de sua fidelidade para com Deus ou sofreriam todas as maldições que foram proferidas por Moisés (Dt 27.14-26 / Dt 28.15-68).

1 – Lembranças da incredulidade.

Um dos pontos focados dentro desse primeiro discurso de Moisés e a incredulidade, pois, foi ela que fizera o povo passar todos os quarenta anos no deserto sofrendo as necessidades e tendo Deus como seu adversário muitas vezes por causa de sua dura cerviz. Em Nm 13-14 nos relata nos mínimos detalhes o relato dos espias que passaram a observar toda a terra. O relato realmente condizia com as promessas de Deus, mas, os filhos de Anaquim puseram contenda contra Moisés e o castigo divino para toda aquela geração. Champlin nos diz em seu comentário que o principal inimigo que a geração original teve que enfrentar não foi nenhum inimigo, mas, sim a sua falta de fé e dúvida de que Deus poderia colocá-los naquela terra e nos mostra os erros que o povo cometeu tanto moral e espiritual. Cades-Barnéa tinha a finalidade de testar todo o povo que foi reprovado por Deus pela sua incredulidade e tendo uma segunda oportunidade com uma nova geração de adentrar a terra prometida. No capítulo m vemos que quem decidiu enviar espias a terra foi o povo para ver se era boa realmente e toda a culpa agora Moisés transfere para a geração que estava com ele para que eles saibam que tudo o que eles passaram e viveram até aquele momento poderia ter sido evitado se não tivessem sido incrédulos. O chamado de advertência era para que eles também não cometessem o mesmo erro de seus pais, mas, que eles confiassem em Deus que em nenhum momento deixou eles no deserto, provendo todas as coisas para o povo mesmo ele não merecendo e murmurando contra Deus e contra Moisés.

 2 – Lembranças de uma vitória.


       Não podemos dizer que durante os quarenta anos que estiveram no deserto foi apenas de derrotas, pois, a partir de (Dt 2.14 – Dt 3.20) Moisés relata as primeiras vitórias do povo e as conquistas de territórios que o povo conquistou e tomou para si por terem confiado no plano divino e assim, um lembrete para que como fora nas primeiras vitórias contra Seom (Dt 2.31), no inicio do quadragésimo ano. As histórias relatadas por Homero estão cheias de sacrifícios, oferendas e oblações aos deuses dos gregos para que eles pudessem dar a vitória em batalha, assim, os israelitas também dedicavam suas vitórias ao se Deus como sendo a fonte merecedora da vitória e a proteção em campo de batalha. Matthew Henry nos dá um conselho “Se nos evitarmos aquilo que Deus proíbe receberemos aquilo que Ele promete e não sairemos perdendo no final”. Com essa derrota dos cinco reis moabitas o terror e o pavor de todas as outras nações que Deus manda Israel destruir os povos. O terror espalha-se e o medo grandemente entre ele (Js 2.9). A forma que Moisés encontra para motivar todo o povo está dentro de suas vitórias e que era somente confiar em Deus que Ele estava à frente de todas as batalhas e os fariam possuir toda a terra.


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