09 de Fevereiro - Pacto do nazireado (Nm 4-6)

Os primeiros capítulos de Números vêm tratar da ordem do acampamento e dos serviços ministeriais na tribo de Levi. O capítulo quatro é uma continuação mais detalhada do capítulo anterior onde e dada à função de cada tribo de forma ordenada. Entre todos os deveres e cargos dos levitas sem nenhuma dúvida de se afirmar estava à carga das coisas santas. As três subdivisões da tribo receberam suas funções.

1 – Os cargos sagrados.

Hoje é fácil falar sobre ser levita relacionado a grupo de louvor ou aos músicos da congregação é de fato que Davi instituiu essa nova ordem para estarem diante da Arca da Aliança quando ele levou para Jerusalém (I Cr 25-27), mas essa não era a função principal deles. A vida dos levitas estava voltada ao auxílio dos sacerdotes em todas as cargas das coisas santíssimas. Entre eles destacamos os filhos de Coate, que tinham o dever de carregar sobre seus ombros, todos os objetos sagrados da casa de Deus. O erro de Davi ao tentar trazer a arca para Jerusalém foi não conhecer as escrituras e querer fazer as coisa de Deus de qualquer jeito (II Sm 6.1-10). Os coatitas estavam diretamente sobre a ordem de Eleazar, filho de Arão, o qual tinha a função de entregar todas as coisas para cada um em seu turno na hora da partida. Mesmo os coatitas carregando em seus ombros os objetos sagrados não tinham a liberdade de ver a arca da aliança a qual estaria coberta para que a Kevod  leElohim, não os consumissem diante dos olhos do povo.
A separação dos levitas no capítulo três se refere sobre a consagração dos primogênitos dos filhos de Israel por Deus tê-los conservados vivos no Egito durante a décima praga (Nm 8.23-25). Assim a tribo passou a ser uma casta sacerdotal no meio do povo, todos eles tendo deveres para com Deus e com o povo, eles deviam ser sustentados por seus irmãos, pois, todas as suas obras eram para com o Senhor. A ordenança do dízimo vem justamente para que todos eles tivessem mantimentos e que não passassem necessidade na terra de Israel.

2 – O Nazireado

O pacto do nazireado vem atender ao propósito de consagrar-se ao Senhor. Na bíblia vemos o caso de Sansão e João Batista (Jz 13.5 / Lc 1.15) que foram escolhidos para serem nazireus de Deus ainda no ventre de sua mãe. O nazireado já era comum no meio do povo o que vem a ser um nazireu? É uma pessoa que se separa ou se consagra por um determinado tempo para Deus. O capítulo seis vem estipular o que o voto do nazireu não poderia fazer durante o tempo de seu nazireado. Em nenhum momento é estimulado um tempo mínimo ou máximo para o voto, apesar de termos exemplos que era para ser durante a vida toda. A devoção a Deus e a sua fidelidade para com Ele fazia com que muitos quisessem estar mais perto e ter uma vida de retidão e viver plenamente para o serviço ou para a vontade divina. Matthew Henry nos põe três pontos que o nazireu fazia com o seu voto: 1. Consagrados ao Senhor durante o tempo do seu nazireado, e, provavelmente, passavam grande parte do seu tempo no estudo da lei, em atos de devoção e instruindo a outras pessoas. Um ar de piedade era deste modo colocado sobre eles, como também em todo o seu modo de vida. 2. Eles eram separados das pessoas comuns e das coisas comuns. Aqueles que são consagrados a Deus não devem estar em conformidade com este mundo. Eles se distinguiam, não somente dos outros, mas daquilo que eles mesmos eram, antes e depois do seu voto. 3. Eles se separavam, fazendo um voto. Cada israelita deveria, pela lei divina, amar a Deus com todo o seu coração, mas os nazireus, por sua própria vontade, se prendiam a algumas observâncias religiosas, como frutos e expressões deste amor, às quais os outros israelitas não eram obrigados.”
Champlin nos mostra um outro ponto interessante e que nunca poderia ser deixado de fora sobre o assunto de nazarita é que eles nunca seriam de um casta sacerdotal coisa que já estava ordenada para os filhos de Levi assim, sobrando apenas os votos por determinado tempo para que as pessoas pudessem se aproximar de Deus por tempo limitado. O pacto do nazarita também poderia ser feitos através de seus pais como aconteceu com Samuel (I Sm 1.11). O voto também poderia ser por agradecimento de uma dádiva ocorrida ou por querer algo divino. Era muito comum usarem os votos do nazirita para essa finalidade.
 Baseado nesse conceito do nazireu surgiu em Israel várias ramificações que defendiam o pacto, assim surgiram os essênios, recabitas e as ordens monásticas. O nazireado simbolizava aquela mentalidade espiritual que renuncia aos deleites da carne e se consagra ao Ser divino. Um verdadeiro nazireu era como um sumo sacerdote, sem o ofício dele mas com o ofício em seu coração.” R. N. Champlin.





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