11 de Janeiro - Retorno a terra (Gn 31-33)


       Dentre desses três capítulos de hoje o capítulo 32 é o mais conhecido de todas as pessoas que já foram para o Encontro com Deus tanto para participar das ministrações ou para aqueles que foram trabalhar durante as ministrações. O Vale de Jaboque o lugar chamado Peniel a luta com o Anjo que alguns dizem que era o próprio Deus sendo assim uma teofania.

1 - O desejo da volta

    Aproximadamente 20 anos passados(Gn 31.38) , Labão tem prosperado grandemente seu gado e seus bens por causa de Jacó, que também crescera honestamente através de seu trabalho como pastor de ovelhas de seu sogro por todo o tempo que estava em sua casa. Os filhos de Labão começam a se questionar que Jacó tem roubado tudo o que o seu pai tinha. Não sabemos nada a respeito dos filhos de Labão eles entram apenas nessa capítulo (Gn 31.1-3) e não temos mais notícias dele ao longo de todo o restante do livro de Gênesis. Jacó sabia que não estava mais sendo bem querido na casa de seu sogro atendendo ao segundo chamado de Deus ele pede para voltar a sua terra (Gn 31.3). Ele não era apenas um simples homem de mais de quarenta anos que saiu fugido da presença de seu irmão, já possui diversos gados (Gn 32.5) e servos a sua disposição. A forma de como ele adquiriu os outros gados não sabemos ao certo mas podemos chegar a simples conclusão foi devido a mudança de salário que Labão fizera com Jacó (Gn 31.6-9). Jacó sai da casa de Labão escondido dele, pois sabia que não ia deixa-lo partir com suas esposas. O reencontro dos dois não seria muito bom para Jacó se não fosse pela intervenção divina através de sonho (Gn 31.24-25). O grande medo de Labão não estava em Jacó ir embora o medo estava em não ser mais abençoado por Deus.
     Labão era politeísta, assim como todos os seus irmãos e conterrâneos, ele estava interessado nos seus ídolos (deuses) os quais Raquel roubara da casa de seus pai. Josefo nos coloca que aquelas estatuas eram dos seus antepassados e serviam simplesmente para adoração. Assim como Terá, bisavô de Jacó, era politeísta (Js 24.2) seus familiares continuavam sendo também mesmo eles tendo o respeito ao verdadeiro Deus (Gn 24.50 / 31.6-9), nunca tiveram um deus para se firmar e o adorar por completo. Raquel sabia da importância dos terafins para a sua cultura: 1) tinha o direito a herança de seu pai - Os ídolos eram passados de pai para filho, representando assim, que o filho que possuía tinha direito sobre todas as coisas de seu pai. Alguns estudiosos antigos dizem que a verdadeira intenção de Raquel era garantir esse direito de herança, já que o dote não fora dado pro elas (Gn 31.14-16); 2 - Servia para encontrar pessoas servir de adivinhações - Champlin nos apresenta essa função para os terafins de Labão, mas ele também acredita que o interesse de Raquel com os ídolos não estava interligados a essa função deles. Mas, ele também nos diz que possa ser através dessa função que ele tenha descoberto que eles tinham sidos roubados; 3 - Servia para proteção e dar prosperidade ao possuidor - Raquel como filha sabia dessa função dos terafins e esse é o motivo mais aceito pelos estudiosos que tenha sido o verdadeiro motivo que ela furtou os ídolos de seu pai. 

2 - A volta.

     Após o mal entendido entre sogro e genro, Jacó segue viagem em direção a sua terra natal. Jacó ao longo de sua viagem tem algumas visões vindas da parte de Deus, que o faz fortalecer grandemente e confiar que Deus estava com ele. Broadaman nos acrescenta a idéia de que houvera contato físico com o exercito de anjos que Jacó vira em Manaaim e que assim como a escada estava presente na sua saída da terra de Canaã era o sinal de boas vindas novamente e terra prometida.  Jacó com receio e ao mesmo tempo como forma de respeito envia mensageiros diante da face de Esaú para ver qual seria a a sua reação para ele. A vinda de Esaú a sua procura com 400 homens o assusta grandemente, pois, a ameaça de morte que ele fizera vem as sua mente novamente e teme pelos seus filhos e esposas. Jacó não tem outra opção a não ser correr para onde ele sabia que iria encontrar total auxilio nesse momento de crise e medo. É a primeira oração relatada feita por Jacó pedir por proteção, não poderia ter outra coisa que ele pudesse pedir a Deus, pois ele tivera mandado voltar a sua terra e eles estava temeroso mas confiou que era o momento da sua volta.
     Jacó usa de estratégia para agradar o coração de seu irmão oferecer para eles três presentes diferentes e em pouco espaço de tempo Champlin nos dá o número de 580 animais ao todo, que Esaú mesmo não querendo aceitar devido ao costume do oriente ele foi obrigado a aceitar das mãos de Jacó, todo aquele gado. Na noite anterior Jacó lutara com um anjo e saiu vencedor sobre o anjo, mas, diante de seu irmão ele estava com medo. O ato de se ajoelhar sete vezes diante de Esaú tinha um significado muito importante para os orientais. Segundo as cartas de Armana (século IV) um príncipe menor teria o dever se ajoelhar diante de um príncipe maior que ele. Não sabemos se foi essa atitude de jacó que aplacou o coração de Esaú para com Jacó ou Deus falara diretamente com ele para não fazer mal a seu irmão.

3 - O Peniel.

      Assim nomeado o lugar da luta entre o anjo e Jacó. Speizer diz que Peniel foi a prova da mudança o teste de aptidão de Jacó assim. como Abraão tivera que oferecer Isaque, esse sem duvida nenhuma foi o ponto da mudança e da aprendizagem de Jacó (Gn 32.24-30), O misticismo e o sobrenatural está dentro das páginas da Toráh e dos livros de Josué e Juizes, não se tem como negar que anjos de uma forma ou de outra encorporavam ao ponto de poder comer (Gn 17.) e de lutar com uma pessoa (Gn 32. 25).
     Broadman em seu comentário bíblico nos acrescenta a ideia de que alguns antigos estudiosos bíblicos deram a ideia de que existia um templo de adoração no Vale de Jaboque e a existência de um demônio que lutava com os viajantes perto do riacho. Mas, não se tem provas históricas e nenhum registro que possa comprovar essa teoria dos antigos estudiosos. Ele também nos da uma pequena citação de um Midrash (uma das quatro formas de interpretar a Toráh) que o Anjo pedira para ser solto porque ele teria que cantar no coral celestial pela manhã e outra é que Jacó não suportaria lutar com Deus e ver a sua glória conforme Ex 33.20.
       Jacó poderia ter pensado que estava lutando diretamente com Esaú já que estavas escuro, linha do judaísmo kabalista creem que aquele anjo era a figura da Alma de Esaú que estava ali lutando. Somos apresentados realmente que era um anjo ou até mesmo uma teofania em Gn 32.27 com a mudança de nome para Israel.


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