A
maior parte do segundo discurso de Moisés vem falando sobre a importância da
adoração e obediência a Deus. Deus escolhera o povo de Israel para ser
diferente das outras nações não somente em suas leis morais e civis, mas
principalmente a respeito das leis religiosas e rituais praticados pelos povos
pagãos. A importância de um único lugar de adoração a Deus era para ser
diferente de todos os outros povos que tinham deuses espalhados em diversos
lugares da terra, a adoração nos bosques, planícies e montanhas, o que era de
habito das nações cananeias, jamais poderia ser praticado por seu povo. Ao ser instituído
o tabernáculo ainda no deserto estava definido o local para se apresentar todos
os sacrifícios para Deus e o local de culto dos israelitas o que Moises enfatiza
constantemente para que eles respeitassem todos os mandamentos a respeito da
adoração a Deus.
1
– As três festas anuais.
Lawrence
Richards nos diz que o principal motivo de se ter um único local de adoração a
Deus não limitava o seu agir sobre toda a terra era para que o povo se
lembrasse que a presença de Deus estava presente no meio da terra de forma
especial naquele lugar que ele escolhera para ali estar o seu tabernáculo e
fazer de lá a sua morada. Todas as três festas solenes anuais estão diretamente
relacionadas com a comunhão que o povo deveria ter com Deus e lembrá-lo que
deus era o provedor de todas as coisas e com os seus significados distintos. A
páscoa (Dt 16.1-18) lembrava a saída do Egito e a morte dos primogênitos,
Pentencostes ou Colheita (Dt 16.9-12) lembrava a provisão e
festa de gratidão a Deus pelo alimento e Tabernáculos (Dt 16.13-17) que
relembrava toda a peregrinação no deserto. Eram de santa convocação e todos os varões
deveriam subir até Silo, até ela ser destruída pelos filisteus e depois, já no
reinado de Davi até Jerusalém. As três festas eram para serem vistas como
momento de jubilo e alegria desde o começo de sua peregrinação até a sua
chegada no local determinado para servir ao Senhor, os salmistas conscientes
dessa importância escreveram diversos salmos que eram entoados por todos os varões
e as vezes por toda a família (I Sm 1.1-3) que subiam para prestar
culto a Deus, esses salmos são conhecidos como cânticos dos degraus ou cânticos
da subida (Sl 120 – 136).
2 – Holocaustos.
Assim
como todas as outras nações era necessário se fazer sacrifício a Deus para que eles
pudessem receber a aprovação de seus erros, votos ou simplesmente pelo ato de
gratidão a Deus. O capitulo 17 de Deuteronômio começa justamente relembrando o
povo da importância do devido animal a ser entregue para os sacrifícios.
Matthew Henry nos diz que esse ato foi observado por todos até o tempo do exílio
babilônico que livrou o povo de toda a idolatria, mas por outro lado veio o
descaso com os sacrifícios (Ml 1.8). Muitos povos prestavam sacrifícios
a Deus dos animais com defeito e do pior de seu rebanho eram separados para
serem oferecidos aos seus deuses. O povo seria diferente teria que apresentar
sempre o melhor animal a Deus sem defeito algum para poder ser aceito por Deus.
A exigência da pureza do sacrifício representava a pureza e a perfeição de Deus
e o sacrifício de Cristo pela igreja (I Pe 1.19). Relembrar a importância
de não sacrificar nos lugares que os povos pagãos sacrificavam também tinha que
ser relembrada e o castigo para os idolatras que houvesse no meio do povo. A
lei mosaica era bem severa para os culpados de idolatria, mas ao mesmo tempo
ela só poderia ser executada com a presença de duas o três testemunhas eu falariam
a mesma coisa a respeito da pessoa e eles seriam as primeiras a se levantarem
contra aquela pessoa.
3-
Os seus profetas.
A
ordenança da adoração exclusiva a um único Deus é clara dentro de toda a Torah.
Mas o que poderia levar o povo a querer a trocar de Deus? Segundo Lawrence Richards
um dos grandes motivos seria as adivinhações sobre o futuro que era praticado
por muitos profetas e sacerdotes pagãos. Muitos deles usavam magias para
controlar o tempo ao seu redor mudando assim a vida de muitos a sua volta. Deus
conhecendo que o seu povo iria se contaminar e não iria obedecer aos levitas e
aos sacerdotes em todas as leis mandadas para eles cumprirem havia a
necessidade de se ter outros profetas no meio do povo para levar a palavra de
Deus a todos. Champlin dentro da sua explanação sobre Dt 18 que o uso da sorte não
era proibido no meio do povo de Israel e que muitos casos eles iriam recorrer a
algum tipo de adivinhação ou até mesmo a sorte para saber a vontade de Deus
para com o povo (I Sm 23.1-14 / At 1.15), mas as praticas que envolvessem algum
tipo de paganismo era expressamente proibido. Os sonhos e visões fariam parte
constantemente dentro da vida do povo e seria uma forma de Deus se revelar para
todo o povo para corrigi-los e ensiná-los a guardarem a sua lei e se voltar
para os seus caminhos. O profeta que não falasse as palavras vindas diretamente
da boca do Senhor deveria ser morto, pois era falso profeta que estava no meio
do povo para os enganarem. No meio do tempo dos juízes os profetas tiveram
grande importância para manter o povo fielmente nos caminhos do Senhor (Jz
4.1-4).
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