19 de Fevereiro - Filhas de Zelofeade (Nm 34-36)

     
   
      A partir do capítulo trinta e quatro de Números podemos considerar que são os últimos relatos da vida de Moisés e ordenações ao povo. Leis civis, morais, religiosas definidas. O limite da terra é repassado nesse ultimo bloco de 1u capítulos do livro, onde observamos todos os limites da terra (Nm 34) e o capitulo trinta e cinco fala sobre as cidades de refúgios, onde os assassinos poderiam recorrer a elas para espera um justo julgamento sem correr o risco de morte do vingador do sangue.

1 - O sistema judicial mosaico.

      Para entender as cidades de refugio precisamos compreender o funcionamento do sistema judicial tribal de Israel. Todas as tribos tinham que ter os seus juízes que deveriam julgar retamente todos os casos e sem a aceitação de corrupção (Dt 16.18-20) e em casos mais complicados tinham q ser levados para os sacerdotes que consultariam a Deus pedindo uma correta direção sobre o caso em questão (Nm 17.1-17 / 19.15). O processo todo era bem definido e completamente diferente dos códigos civis modernos. Para os crimes de roubo estava mais baseado na devolução do que no encarceramento da pessoa (Ex 22.1-15). Os crimes de morte seguiam a chamada lei do talião “olho por olho dente por dente,” cada crime que fosse cometido contra o seu próximo a pessoa que cometera o ato teria que sofre o mesmo castigo para mantivesse a paz na terra. Em casos de crimes de morte ocasionalmente existiam as cidades de refúgios, lugares onde os assassinos cumpririam suas penas naquele lugar até a morte do sumo sacerdote podendo voltar para a sua casa, somente após isso. Caso o infrator fosse pego fora da cidade de seu exílio, o parente mais próximo da pessoa podia se vingar daquela pessoa e ficar impune, pois, estava obedecendo à lei mosaica. Para condenar alguma pessoa os anciões que faziam parte do conselho tinham que reunir duas ou mais testemunhas que tinham visto realmente o crime acontecer para poderem tomar a devida atitude para com o réu. Lawrence Richards nos vem acrescentar em seu Comentário Bíblico do Professor
“O vingador do sangue da família não era o guarda-costas ou o detetive particular da família. Em Israel, a justiça era obrigação da comunidade. Não havia policia. Por isso, o responsável primário pela execução do assassino era o membro da comunidade atingido mais diretamente pelo crime, ou seja, um parente da vitima. Se matasse o criminoso, não seria assassinato. Amparado pela Lei, estaria cumprindo o papel de executor e contribuindo para purificar a comunidade.
    Existiam seis cidades refúgios que seriam para a habitação dos assassinos involuntários que se recolheriam para aquelas cidades onde moraria para garantir que pudesse viver. Podemos considerar que as cidades refúgios eram penitenciarias sem portas onde, as pessoas que cometessem algum crime por livre e espontânea vontade se dirigiam aquele lugar para pagarem suas dívidas e escaparem da sua morte. Para alguns criminosos podia se tornar uma prisão perpétua já que dependia da morte do sumo sacerdote para que ele se livrasse da culpa do seu crime.

2 – O casamento de herdeiras.

       Josefo nos diz que Zelofeade ou Zalfate era um dos mais ilustres filhos de Manasses, o qual morrera no deserto e não tinha gerado filhos somente filhas (Nm 27.1-9). O pedido para que elas herdassem terra no meio de seus tios foi justo para o Senhor o que gerou certo ciúme em seus tios e parentes mais próximos devido a herança poder ser diminuída no ano do jubileu caso elas se casassem com homens de outras tribos.  Segundo John Joseph Owens os anciões da tribo de Manasses não viu nenhum problema em dar herança às filhas, mas, para manter a ordem e a terra permanecessem em sua tribo e que o nome de Zelofeade pudesse permanecer entre seus parentes foi estipulado o casamento levirato, já que a herança era deixada para os filhos que mantinham o nome do pai e não para as filhas quando se casam deixar de dar continuidade ao nome do pai e dá origem ao nome de seu marido.
Champlin nos acrescenta em seu comentário do livro de Números:
“Essa última disposição legal do livro de Números serve para sublinhar quão próximas, na mente primitiva, estavam as pessoas de suas possessões. Roupas e ornamentos, bem como terras e propriedades, eram considerados, em certo sentido, participantes da personalidade de seu proprietário. Quando Jônatas presenteou a Davi roupas e armas, ele estava dando algo de si mesmo. Uma tribo, pois, não podia permitir que suas propriedades passassem para outra tribo, pois isso seria dar parte de si mesma, fazendo esvair-se a sua própria vida”
Assim, termina o livro de Números com todas as instruções e leis definida por Deus e entregue a todos os homens que entraram na terra prometida.


Comentários

  1. Muito edificante. .Que Deus continue te usando para levar conhecimentos aos leigos da palavra de Deus ....obrigado bom DIA fica na doce paz do senhor Jesus

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