04 de Fevereiro - Dia da expiação (Lv 16-18)


      Os capítulos sobre as leis a cerca da doença da lepra vem quebrar a seqüência de rituais e leis contidas no livro de Levítico. As leis sobre a purificação da mulher pós-parto e a apresentação dos seus filhos diante do sacerdote abrem um parente para as regras do dia da expiação. O capítulo 16 começa com instruções divinas para que Arão tomasse cuidado ao entrar no lugar santíssimo para que ele não fosse consumido diante dos olhos do povo como os seus filhos mais velhos foram diante da presença de Deus. A falha de Nadabe e Abiú repercutiria muito tempo depois de sua morte e leis específicas para evitar esse acontecimento novamente foram dadas aos sacerdotes.

1 – A entrada com sacrifício.

         A entrada no lugar santíssimo exigia um sacrifício de sangue pelo sumo sacerdote e outro pelo povo para conseguir a liberação a presença do Senhor. A vida do sacerdote representava a vida do povo, ele não tinha somente a função de ser mediador do povo até Deus, mas, o principal dever era de ensinar e assim, a vida espiritual de todo o povo dependia exclusivamente de como era a vida do sacerdote. O desprezo de Israel para coisas santas partiam dos sacerdotes o que falar dos filhos de Eli (I Sm 2.2-12,17-22 / 3.13), assim como eles agiam de forma errada para com todo o povo era necessário que eles pedissem perdão anualmente pelos seus pecados e suas falhas para com Deus.
      Um dos poucos feriados judaicos dentro do calendário religioso, dia de santa convocação e dia de perdão o Yom Kippur. O dia em que entrava no Lugar Santíssimo a visita a presença do Senhor no meio da congregação, dia especial para o Sumo sacerdote que tinha o dever de todos os rituais daquele dia. A preparação era diferente dos outros dias, era feita duas cerimônias rituais diferentes para este dia. 1 – Os sacrifícios pela vida do sacerdote, sacrifício pelo pecado e outro para holocausto (Lv 16.3) o mesmo teria que se apresentar completamente limpo passando pelo ritual de lavagem para ser considerado puro, um tipo de batismo emergido em água. 2 – Os sacrifícios pelo povo, esse era apenas dois bodes um representando os pecados do povo e outro para ser bode emissor (Lv 16.5), que era enviado para o deserto e simbolizava o esquecimento de todos os erros do povo. O ritual do dia da expiação só estava completo quando o bode expiatório era enviado para o deserto.
      Apesar de todo esse ritual fora da tenda do tabernáculo o sumo sacerdote só poderia entrar diante da Arca da Aliança onde Deus iria falar com o sacerdote (Lv 16.2). A parte cerimonial o sumo sacerdote tinha que encher todo o lugar com a fumaça do incenso próprio do tabernáculo, levar um pouco de sangue do bode do pecado do povo para ser jogado no propiciatório. A bíblia nos diz que Deus iria falar com Moisés em cima do propiciatório (Ex 25.22), não temos nenhum relato ou cerimônia específica para a entrada de Moisés diante da Arca da Aliança sendo apenas para os sumos sacerdotes o ritual completo.
Segundo o comentário do Ph. D R. N. Champlin, o propósito desse dias que ocorre até os dias de hoje no nono dia de Tsiri até o décimo dia de Tsiri era para que nenhum pecado ficasse sem ser perdoado e nos leva ainda além da cerimônia o simbolismo da morte de Cristo fazendo a expiação sendo assim o Cordeiro de Deus (Jo 1.29). O interessante é que pela lei mosaica original era o único dia de Jejum estipulado e no período de vinte e quatro horas. O ritual simbolizava a confissão de pecados, arrependimento e reconciliação com Deus.

2 – Casamentos ilícitos.

        As leis civis não poderiam deixar de fora as leis sobre o matrimônio como também os castigos para quem cometesse uma das coisas ilícitas. O capítulo 18 de Levítico vem tratar justamente sobre todas as uniões permitidas e proibidas. O casamento entre as nações vizinhas não tinham regras específicas podendo assim, qualquer pessoa se casar com quem ele quisesse até mesmo com a sua própria irmã ou meia irmã como é o caso de Abraão (Gn 20.12). O capítulo segundo Champlin vem falar a respeito a práticas que Deus não aceitaria no meio do seu povo o quais todas as nações praticavam (Lv 18.30). Os casamentos entre parentes próximos (pais e filhos, tios e sobrinhos) em muitos países são proibidos e considerados crimes em muitos países modernos tendo como base o código mosaico e o forte domínio da igreja católica na época. Não somente os entre parentes mas, também vem abominar as relações homossexuais que era muito praticado na terra de Canaã, o pansexualismo e outros relacionamentos que vemos até os dias de hoje.
     O detalhamento dos casamentos será melhor trabalhado para frente nos livros de Números e Deuteronomio.


Comentários